Era o Desafio ao Galo?
Não… Era a segunda rodada do Paulistinha 2010.
Contando com uma equipe bem diferente da estréia, o Maior do Mundo penou muito para empatar com o modesto Mirassol no apagar das luzes e volta para casa com um ponto na bagagem, o planejamento seguido a risca e com o enorme ponto de interrogação na cabeça do torcedor mantido.
Deste time, quase que exclusivamente composto por jogadores reservas, não dá para ser duro na avaliação individual. Nem mesmo dá para comentar muito o jogo, que foi uma verdadeira pelada. Eu não esperava uma bela exibição do time “B” tricolor, mas Ricardo Gomes poderia ser um pouco mais coerente na formação. Será que Adrián González e Wagner Diniz são piores que David? Nada contra o garoto mas o técnico tricolor passou totalmente por cima da hierarquia na posição. Do outro lado a coisa foi pior, com Richarlyson improvisado no lugar de Junior Cesar. Ou o ex-Fluminense está sendo negociado ou… não entendi.
E o meio de campo? Carlinhos Paraíba conduzindo a bola, Jean conduzindo a bola, Wellington conduzindo a bola e Marlos… conduzindo a bola! Quem organiza nesse meio? Se alguém souber por favor me diga. O ataque, com Roger e Mazolla é bem fraco: Mesmo não recebendo bolas redondas e em condições de finalização, a dupla demonstrava que não seria fácil o ataque tricolor sair do zero.
Somente a defesa mostrou uma “bizarra coerência” com a dupla de zaga do, pasmem, Botafogo.
Repito: Não era de se esperar um show de bola no interior. Essa equipe não merece cornetagem e suas avaliações individuais seriam ruins até como parâmetro aqui no blog. Mas, se vamos revezar dois times para ter uma pré-temporada decente (que na teoria até é um argumento defensável), por que não colocamos lateral na lateral e um meia armador na meia? A entrada de Sérgio Mota não fez dele o melhor em campo, mas deu um maior equilíbrio numa equipe que só ameaçou de verdade aos vinte e cinco da segunda etapa. E olha que o cara jogou como ponta direita!
Já que o São Paulo avisou que até o dia 10 de Fevereiro o período será de testes e revezamento, não vai dar para esperar muita coisa mesmo além de torcer para o encaixe no novo sistema de jogo. Afinal, uma coisa Ricardo Gomes está BEM CERTO: importante nisso tudo é que o time esteja 100% na Libertadores. Todos sabem que por mim o Paulistinha deve ser deixado segundo plano quando se tem a competição internacional pela frente. Acontece que se o time não vai bem até o primeiro clássico (contra o Santos) e não ganha dos meninos da Vila, a batata começa a assar para todos. O torcedor não terá mais paciência. Será que a diretoria terá?
É um risco que o técnico tem que assumir. Uma coisa que Ricardo Gomes tem de sobra é coragem de mudar. Falta coerência em algumas decisões (como vimos no texto), mas o momento agora é de torcer para acelerar essa fase de sofrimento e definir de vez reforços e o sistema de jogo.
Ah, não posso deixar de falar do golaço de Richarlyson. Bela jogada, belo gol, galvou o gongo. Mas não apaga a impressão que tenho do jogador: Esforçado, mas muito irregular. E olha que mesmo assim foi um dos melhores em campo quando atuou de volante. Esse é o medo.
Tenho certeza que dias bem melhores virão. Espero que rápido!
Nota dos principais personagens da partida:
Equipe Não vou dar notas individuais. Acho que, de uma maneira geral todos foram mais ou menos a mesma coisa, isso é, desentrosados, sem ritmo e que servirão, em sua maioria, como opção de banco. Mas desconfio de alguns até para a reserva tricolor. Nota geral: 4,0
Ricardo Gomes A nota neste jogo não poderia nem de longe ser boa. Mesmo com um time reserva, é obrigação do time grande se impor e pelo menos dar sufoco ao adversário, mesmo fora de casa. Afinal, é o Maior do Mundo que está em campo. Como está querendo enxugar o elenco, creio que algumas cabeças serão colocadas em possíveis trocas em breve. Vi, além de um previsível desentrosamento e uma factível falta de ritmo, incoerência naescalação. Nota: 3,0
Juiz É ou não é o “Heber Roberto Lopes cover”?
Torcida Incrível como cresceu o número de são-paulinos no interior de São Paulo. Rio Preto (a região que abrange a cidade de Mirassol) é um dos grandes exemplos da nova geração de torcedores do Maior do Mundo pelo Brasil. Toda vez que passo por lá vejo muita gente com a camisa do HEXA nas ruas, nos clubes (como o SESC) e até mesmo na balada. E ainda tem pesquisa que, com apenas 10 mil pessoas na amostragem, aponta diminuição na torcida tricolor. Tomem muito cuidado com pesquisas de amostragem pequena para tantos pontos de visitação. A torcida de Mirassol deu um show; compareceu, incentivou e, mesmo com a chuva, não desanimou com o time (ou o projeto dele). Nota MIL!
Fotos: Miguem Schincariol (Site Oficial do SPFC)
FONTE:Daniel Perrone :
http://colunas.globoesporte.com/danielperrone/
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